quarta-feira, 4 de junho de 2014

A última vez que eu tentei ser meiga falei: Não tá vendo que agora eu sou meiga, porra!



Certa noite andando de carro junto com meu namorado ele me disse a seguinte frase: Você é mulher machinho - huum.
Pensa comigo: Normalmente a feminilidade proposta pela sociedade é de uma mulher submissa, sempre de vestido ou saia, meio tapada ou não tanto teimosa sobre alguns assuntos específicos e ser uma Barbie em pessoa (impecável 110% do dia). Então, vamos aos fatos:

  • De submissão estou longe de ser o ideal. Aquela coisa de acatar tudo que seu parceiro fala só porque é ele quem esta "falando", algo do tipo "o que digo são as verdades do mundo" não cola comigo. Pode ter dado certo com outras pessoas, épocas, mentalidades, amizades e afins. Se esta errado, esta errado. Se discordo, eu discordo porra! Eu tenho este direito, certo?
  • Já leiguice é muito relativo. Se você colocar uma pessoa boa em matemática para fazer uma análise comportamental de um indivíduo é óbvio que será um completo desastre, o que não quer dizer que esta pessoa foda em matemática seja burra. Ela só é boa em matemática e não em psicanálise, entendeu a diferença? Muitos são ótimos em fazer algumas atividades e péssimos em outras, da mesma forma sobre certo assuntos e temas. Agora, tudo isso é muito diferente quando pessoa chega a estar em um estágio terminal de burrice. Mulher por acaso tem que parecer idiota ou "menos inteligente" que o homem que a acompanha para ser considerada "feminina"? Não né.
  • Dai, chegamos a um ponto em que eu particularmente não sei aonde me encaixo. Eu gosto de me arrumar, de vestir aquelas roupas mais elegante e "feminina" mas, calma lá, tenho que sair como uma boneca até para ir na esquina? E os dias que eu estiver a fim de usar rabo de cavalo, minha blusa preferida do CTG, jeans e coturno? Ou minhas blusas da Chico Rei do Zombeatles, Drogas do Prazer ou até do Marcelito ?! Tenho sempre que estar com o cabelo escovado e com no mínimo uma base na cara e pó compacto? Neeeeeem, esta não é a Carol, sinto muito.
Se feminilidade é sinônimo de não poder ser cara lavada quando quiser então sim, sou mulher machinho.
Se feminilidade é dizer "sim senhor" a tudo o que é dito a você então sim, sou mulher machinho.
Se feminilidade é fazer tipo burra então sim, sou mulher machinho.

Eu e meu namorado estamos juntos a mais de três anos (é gente, já faz um tempo) e no mínimo ele conhece 10% desta pessoa que o acompanha em seus dias e noites. Sabe que tempo é escasso e que a rotina cansa qualquer casal mas, se eles (homens) querem estar junto de verdade (com vocês, cara leitoras) não será isso que sucumbirá o relacionamento. Que eu posso não ser um poço de meiguice mas, quando demonstro amor e carinho eles são verídicos e sentidos com tamanha intensidade que (por defeito de fábrica) a minha forma de expressar não revela nem metade do tamanho dos meus sentimentos.
Irei sair como uma boneca quando eu quiser, me maquiar quando der vontade, passar uma chapinha no cabelo só para ele ficar liso (ainda mais) quando eu estiver com paciência e não querer fazer isto de vez em quando não me torna menos feminina. 

Estou sendo eu. Eu! E no fim, a mulher machinho esta mais pra um elogio, YEAH!
Não faço parte do rol das mulheres e projetos em ascensão que acham que o mundo gira ao seu redor. Que acham devem impressionar, sempre! Se não forem percebidas no ambiente ficam demasiadamente chateadas e encabuladas. Que acham que sabem alguma coisa da vida sem nunca terem pago pelas suas próprias responsabilidades ...

Eu faço parte daquele grupo que se destaca na multidão pelos seus feitos, pela capacidade real, pelo empenho e dedicação a todas coisas que faço. Estou e sou a mulher que sempre projetei para o meu futuro e estou chegando lá. 
E estar algumas noites só o pó da gaita ou cansada demais para sair e preferir uma cama, cobertor e um livro não me faz menos mulher. Quando eu quiser vou sair como uma Hilda Furação e quando eu quiser vou sair com um short, blusa, rasteirinha no pé e com uma longneck na mão.

Obs.: A frase do título desta postagem, segundo o Tumblr que copiei era da Tati Bernardi.

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