sexta-feira, 29 de maio de 2015

Lily Allen, casa comigo?

Para antecipar sua leitura o título não tem nada a ver com o assunto do post. Na verdade, eu nem sei bem o que vou escrever aqui hoje.
Acho que vou começar pelo meu consumismo desenfreado por livros. Comprei semana passada oito livros. O-I-T-O livros, isto é demais para o meu bolso apesar dos parcelamentos infinitos que faço. Exagero, não sou tão pobre assim mas isto não diminui a minha consciência pesadérrima agora.
Tentei localizar algum "achado" no meio de tantos títulos mas tudo parecia mais do mesmo, aff. Então parti para os livros meigos, aqueles fofos com frases legais que te fazem pensar que a vida é de FATO boa. Achei um ótimo e apesar de não ter recebido ele ainda já estou amando:


Aí, como eu sou uma pessoa mais ou menos SE AFASTA PORQUE ELA VAI EXPLODIR DE ESTRESSE resolvi comprar mais um livro meigo, um de pintar é claro. Todo mundo tem um e eu queria ter o meu. Será a minha tentativa de arte ou qualquer coisas que seja, ou o que vá virar. Mas não basta pintar porque Carol não é Carol se não for do time do contra, então eu queria algo diferente e achei este aqui ó:

Gatos!
 O mundo poderia ter só gatos.

Acontece que eu comecei a escrever esta tentativa de post a quase uma semana e sinceramente não tá dando muito certo né, mas zanzando na net achei uma coisa linda, uns vídeos sensacionais: gurias falando sobre feminismo abertamente, aceitando e compreendendo que esta mundo esta uma bosta machista e que ele deve SIM ser mudado. Chorei flores. aqui, aqui e aqui são só alguns exemplos.
Temos vontades, desejos e direitos tanto iguais como o de um homem. Feminismo é igualdade. Não é superioridade, não é poder, não é nada disso. É   I-G-U-A-L-D-A-D-E!

Lembrando de igualdade me leva a Lily Allen e as letras de suas canções: os estereótipos que as MULHERES estão fadadas a passar por esta vida.
Olha: eu não sou obrigada a casar, não sou obrigada a ter um corpo sarado para agradar olhos de terceiros, não sou obrigada a ouvir que abre aspas não ter um relacionamento "promissor" estando perto dos 30 te faz uma fracassada fecha aspas e, outras coisas do tipo.
O melhor dos comentários sempre ficam para a vida íntima da pessoa porque né gente, passou de cinco a sete companheiros sexuais de alguma forma isto faz de você uma pessoa lixo, sem valor e por ai vai. Super de acordo, onde já se viu! (sarcasmo, #pelamordedeus)
Não se esqueçam que ter mais de três anos de namoro e não estar com data de casamento marcado te faz ser uma mulher que "esta sendo enrolada pelo cara, otária". Tem aquelas que não podem colocar a cara para fora de casa sem o namorado/marido porque É-UM-ABSURDO mulher sair sem seu companheiro a tira colo. Só para fechar, homens não são bolsas que temos que carregar para todos os cantos. VRÁÁÁ.
Se seu namorado acha que você não pode sair sem ele, troque de namorado. Ou melhor, fique sozinha porque ultimamente o nível de machismo disseminado nesta geração esta transbordando tanto que até preguiça dá de namorar. Entre ter um babaca e ser só, prefira um livro e o ronronar do seu gato.

Isto tudo me revolta tanto! Alguém me explica por qual razão temos que passar por isto? Somos julgadas por nossas roupas, por nossas decisões, pelos nossos cabelos, pela quantidade de estria e/ou celulite, idade, profissão, cor, peso... ARGH.
Para finalizar fica com uns clipes da Lily para você repensar o que passamos. Quem sabe admite que no fundo você também é feminista.

 

segunda-feira, 25 de maio de 2015

TAAAAG [2] - para encher linguiça



Eu respondi esta TAG a mais de uma semana e deixei no computador, então tem umas respostas que era referente aquela semana, hehe.
Tem outra que achei e to querendo responder em vídeo. Pensei nesta mas como são 100 perguntas iria ficar muito extenso. 

1: Você dorme com as portas do seu armário aberta ou fechada? Com todas as portas e janelas fechadas. Deus me livre acordar e olhar parar a janela e ter uma pessoa com seu cabeção me olhando.
2: Você leva embora os shampoos e condicionadores dos hotéis? Na verdade eu esqueço os meus nos hotéis.
3: Você dorme com seu edredom dobrado pra dentro ou pra fora? Pra dentro e eu sempre durmo de edredom. Sempre.
4: Você já roubou uma placa de rua? Placa, cones, faixas de mercado...
5: Você gosta de usar post-it? Mais ou menos, ele caem fácil então não sou muito adepta.
6: Você corta cupons, mas depois nunca usa? Nem me dou o trabalho de recortar.
7: Você prefere ser atacado por um urso ou um enxame de abelhas? Abelhas pela chance de viver ser maior que um ataque de urso.
8: Você tem sardas? Muitas! Mas elas não são escuras e ficam mais escuras quando vou a praia. Devido as minhas sardas é difícil eu tomar banho de sol por vaidade. Banho de sol mesmo só nas férias.
9: Você sempre sorri para fotos? 90% sim.
10: Qual é a sua maior neura? De não chegar lá (lá é o meu grande objetivo).
11: Você já contou seus passos enquanto você andava? Quando eu era criança, sim.
12: Você já fez xixi na floresta? HAHAHA, sim. Já fui muito acampar então necessidades ao ar livre já rolou muito.
13: E quanto fazer coco na floresta? Respondi na 12.
14: Você dança, mesmo se não tiver música? Passinhos de felicidade, de zuera e coisas do tipo sim.

15: Você mastiga suas canetas e lápis? Sim.
16: Com quantas pessoas você já dormiu essa semana? Duas. Com minha irmã (pq ela dorme no meu quarto e na mesma cama que eu, de casal) e com meu namorado.
17: Qual é o tamanho da sua cama? Casal.
18: Qual é a música da semana? Banks – Waiting Game
19: O que você acha de homens que usam rosa? Nada demais. Cores não definem sexo.
20: Você ainda assiste desenhos animados? Sempre que posso, hehe.
21: Qual é o filme que você menos gosta? Eu não suporto filmes de guerra. São tediosos. De todos que assisti até hoje, apenas um gostei: Soldado Anônimo.
22: Onde você enterraria um tesouro escondido, se você teve algum? Relevar o lugar secreto é o tipo de coisa que não faria, ninguém sabe se tenho ou não um tesouro. Né.
23: O que você bebe com o jantar? Café sem açúcar.
24: No que você mergulha um nugget de frango? Molho rosé
25: Qual é a sua comida favorita? Gosto muito de comida e de várias diferentes. Mas listar colocaria lasanha, churrasco do meu pai, massa, comida japonesa, comida alemã.. acho que só.
26: Quais filmes você poderia assistir várias vezes e continuar amando? Constantine.
27: Última pessoa que você beijou/beijou você? Meu pai hoje de manhã, na bochecha.
28: Alguma vez você já foi escoteiro(a)? Não.
29: Você posaria nua em uma revista? Por bilhões, quem sabe.
30: Quando foi a última vez que você escreveu uma carta para alguém no papel? Faz mais de seis anos.
31: Você pode trocar o óleo de um carro? Poder eu posso, não garanto fazer certo.
32: Já obteve uma multa? Não.
33: Alguma vez ficou sem gasolina? Jááááá, kkkkkk.
34: Tipo favorito de sanduíche? Sanduíche natural, aqueles com frango desfiado e muita salada. HUMMMM
35: A melhor coisa para comer no café da manhã? A melhor coisa é pão da hora com presunto, queijo, tomate e alface. 

36: Qual é a sua hora de dormir? Passou das dez já estou com o bocão aberto de sono.
37: Você é preguiçoso? Não.
38: Quando você era criança, o que você vestia para o Dia das Bruxas? NOUU, nunca me fantasiei no dia das bruxas.
39: Qual é o seu signo astrológico chinês? E tem isso também?!
40: Quantos idiomas você fala? Dois.
41: Você tem alguma assinatura de revista? Não.
42: Quais são melhores, Lego ou Logs Lincoln? Lego, eternamente Lego.
43: Você é teimoso(a)? Muito, demais, demais, demais.
44: Quem é melhor … Faustão ou Silvio Santos? Não força a amizade.
45: Já assistiu alguma novela? Sim e a última foi mais ou menos na metade da minha faculdade. Já não assistia porque minhas aulas eram a noite mas meio que acompanhava pelas notícias. Acho que foi Caminho das índias. Depois parei. Tem mais de quatro anos que não assisto TV aberta.
46: Você tem medo de altura? Medo de não consegui subir em um local alto não. O que sinto é aquele frio na barriga da adrenalina.
47: Você canta no carro? Sim, hahahaha. E muito.
48: Você canta no chuveiro? Idem 47.
49: Você dança no carro? Faço dele uma pista de dança.
50: Alguma vez usou uma arma? Sim, espingarda e diga-se de passagem tenho uma mira muito boa.
51: A última vez que você teve um retrato tirado por um fotógrafo? Na minha formatura, tem mais de dois anos.
52: Você acha que os musicais são legais? Gostaria muito de assistir um.
53: Natal é estressante? É. Conseguir reunir todo mundo, começar a fazer os comes cedo, organizar casa... É ESTRESSANTE demais.
54: Nunca comeu um Pierogi? Quando li este nome fui direto no google saber o que era, ahahaha, e não, nunca comi um pastel polonês.
55: Tipo favorito de torta? De morango.
56: O que você queria ser quando era criança? Trabalhar com números sem definir exatamente com o que. EU trabalho com números (Y)
57: Você acredita em fantasmas? Não.
58: Já teve um sentimento de Deja-vu? Já.
59: Toma uma vitamina diária? Não.
60: Usa chinelos? Sim.
61: Usa um roupão de banho? As vezes.
62: O que você usa para a cama? What? Sério.
63: Primeiro show? Judas Priest e Whitesnake.
64: Wal-Mart, Target e Kmart? Até hoje só conheci a Wal-Mart, como vou decidir entre as três?
65: Nike ou Adidas? Sinceramente, não ligo para estas coisas.
66: Cheetos ou Fritos? Cheetos. Para estas eu ligo.
67: Os amendoins ou sementes de girassol? Amendoins.
68: Já ouviu falar do grupo de Tres Bien? Não.
69: Já teve aulas de dança? Não.
70: Existe uma profissão que você imagine fazer no seu futuro? Auditora.
71: Você consegue enrolar sua língua? Sim.
72: Já ganhou um concurso de soletração? Nunca participei de um.
73: Você já chorou porque você estava feliz? Não.
74: Possui algum disco de vinil? EU não, mas meu pai possuía vários e meu namorado também tem alguns.
75: E uma vitrola? Já, mas não era minha. Era dos meus pais.
76: Você utiliza incenso regularmente? Adoro incenso.
77: Já se apaixonou? Todo dia.

78: Quem você gostaria de ver em um show? AC/DC, KISS, Muse, The Strokes... Tem uma lista de shows bem grande que ainda quero assistir.
79: Qual foi o último show que você viu? Foi B-B-B-BLACK SABBATH \m/
80: chá quente ou chá frio? Quente.
81: Chá ou café? Os dois.
82: Açúcar ou adoçante? Nenhum.
83: Você sabe nadar bem? Muito bem.
84: Você consegue prender a respiração sem segurar seu nariz? Sim.
85: Você é paciente? Sou na medida do possível.
86: DJ ou banda, em um casamento? DJ.
87: Já ganhou um concurso? Já ganhei campeonatos.
88: Já fez alguma cirurgia plástica? Não.
89: Quais são as melhores azeitonas, pretas ou verdes? Verdes.
90: Você faz tricô ou crochê? Ponto cruz e crochê.
91: O melhor lugar para uma lareira? Qualquer casa no meu rio grande do sul <3
92: Você já viajou pra fora do seu país? Não =(
93: Que lugares pretende conhecer? Alemanha.
94: Qual era a sua matéria preferida no Ensino Médio? Física e Matemática. Biologia também. E Geografia especificamente por 1 ano porque o professor era foda demais.
95: Você esperneia até conseguir as coisas do seu jeito? Não sou dessas.
96: Você tem filhos? NOU
97: Você quer ter filhos? NOU
98: Qual é sua cor favorita?
Gosto de tons escuros no geral mas tem uma que odeio: rosa. 
99: Você sente falta de alguma coisa da sua infância? Sim, não ter preocupações.
100: Você inventa... OCUPAÇÃO. Eu não consigo ficar parada. Não tem uma noite da semana que eu não tenha um compromisso.

segunda-feira, 18 de maio de 2015

Antipática

Essa semana participei de um programa na Globo News e a minha caixa de emails ficou repleta de cartas (sim, cartas) de tiozões dando suas opiniões contrárias às minhas e à minha existência – que, lembrando, ninguém nem perguntou e nem tem interesse, mas eles acharam pertinente mandar. Li, é claro, toda a sorte de merda, e o que todos eles tinham em comum era:
VOCÊ É UMA MULHER MUITO ANTIPÁTICA!
Onde já se viu, né?
Mulher tem que sorrir. Mulher tem que ser simpática, querida, doce.
Sorria, mulher!



Então: não. E defendo o direito de não ser simpática, que nem antes de ser feminista eu estava nesse mundo pra agradar, muito menos pra agradar sujeitos que acham que as mulheres devem algum tipo de coisa a eles.
Fico aqui imaginando quantos homens firmes em suas posições são chamados de “antipáticos” quando vão defender seus pontos em um programa de entrevistas. Acredito que nenhum, né? Mas mulher, ah, mulher tem que sorrir, tem que ser simpática, tem que sempre estar maternalmente disposta a passar a mão na cabeça e explicar as coisas com toda a doçura e paciência.
Não é uma exclusividade da mulher brasileira ter que ouvir essas asneiras. A artista americana Tatyana Fazlalizadeh fez uma série de pôsteres intitulada “Parem de falar para as mulheres sorrirem” e espalhou pelo Brooklyn, em NY, tratando sobre essa ideia de que as mulheres devem simpatia ou qualquer coisa a quem as dirige a palavra e também sobre assédio nas ruas.
Houve uma época em que ficava meio bolada de ser estigmatizada como metida, antipática e até arrogante, mas fui percebendo que isso só acontecia porque eu sou uma mulher que não age de acordo com as regras esperadas e nem possui os atributos tão associados às mulheres – entre eles a delicadeza e a simpatia. E isso é sintoma de que, hein migas?
Sigamos lutando e incomodando esses tiozões, né mores, pois se eles tivessem gostado significaria que alguma coisa estava errada.
Se tem machista se incomodando é porque estamos no caminho certo.

Texto de Clara

quarta-feira, 13 de maio de 2015

Machismo nosso de cada dia



Leio muitas reportagens sobre o mundo real que nos cerca, a vida nos mínimos detalhes que ninguém conta ou melhor que tentam esconder, afinal, não precisamos mais de feminismo pois as mulheres “já conquistaram tudo que o queriam”. Aham, senta lá Mariana.

Especificamente após ler uma matéria o que foi para mim um belo surdão no ouvido, fiquei pasma porque puta que pariu eu passei, passo e ainda passarei por estas situações. Sendo mais direta #caguei pra vocês que não enxergam um palmo da fuça que lhes pertence e que ainda acham que mulher TEM A OBRIGAÇÃO, adquirida no momento que é parida, de cuidar de casa, do marido e dos filhos sozinha, cozinhar, passar, esfregar, o velho esquentar a barriga no fogão e esfriar no tanque. Somos eternas serviçais. Certo? Errado.

Se não cai para este lado da conversa temos o velho questionamento comportamental, somos loucas varridas ciumentas esquizofrênicas e coitado do cara ter uma mulher dessas. Eu fico louca varrida ciumenta esquizofrênica se o cara TENTA me tratar como um ser acéfalo sem posicionamento, ou melhor, o meu posicionamento está sempre errado e o dele, claro, dono da razão e verdade está certo “porque eu não sei de nada” ou “estou louca” ou “sendo infantil insegura”.

Um dia desses conversando aleatoriamente com pessoas que não vem ao caso, soube que uma pessoa distante mudou radicalmente sua vida para ir morar no cu de mundo com o marido, o motivo mais óbvio: o salário dele é mais representativo então... Né gente, vocês entendem. Claro! Ele ganha mais o que é super justificável a mulher deixar de seguir seu plano para morar lá, sei lá onde na verdade.

Ai que preguiça desta sociedade filha da puta que fazem mulheres cheias de atitude, com um futuro lindo pela frente e com inúmeras oportunidades podarem pela raiz uma ascensão e desbravamento na profissão ou qualquer sonho que optou para chamar de seu.

Gostaria de deixar claro que não estou aqui para julgar decisões alheias afinal cada um faz o que quer da vida, mas olhem mulheres mais de perto tudo o que vocês passam, o que aturam, as risadinhas sem graça que tem que dar todo santo dia para seus amigos, colegas, esposo e homens que as cercam por estarem sendo completos babacas, te anulando, te deixando dentro de um casulo onde só eles podem dar o grande voo.

Em alguns momentos vejo situações machistas por parte do meu pai, no meu namorado, nos meus amigos e demais círculos. Certa vez após almoçarmos (eu, minha irmã e meu pai) eu disse para todos “cada um lava o seu prato”, meu pai muito certo de sua autoridade quanto homem e que por ser homem o isenta de tarefas domésticas disse “porque eu tenho que lavar meu prato? Não vou lavar meu prato!” oras bolas né?! Olha, respeito aqui pelo meu pai transborda mas nestas ocasiões a coisa muda. Tem que lavar sim, porque você comeu então sujou, lavou. Cada um limpa o que sujou e ser homem não o faz diferente.
Constantemente até converso com meu namorado sobre estas questões porque é importante compreenderem o que estão fazendo (homens), pois muitas vezes os fazem inconscientemente. Foram criados assim, educados desta forma fazendo-os crer ser normal os comportamentos descritos na reportagem abaixo.
Voltando sobre o texto que mencionei lá no inicio desta postagem, reposto as partes mais especificas, para lê-lo na integra clica aqui (Think Olga).


Quando você pensa em machismo, o que vem à sua cabeça? Estupro, violência doméstica, restrição econômica, submissão e subserviência. Porém, existem alguns comportamentos machistas que permeiam nosso cotidiano e sequer nos damos conta. Gestos que parecem inofensivos, mas na verdade roubam nossa força, nosso espaço e limitam as possibilidades das mulheres. Mas estamos de olho! A Think Olga traz uma explicação sobre quatro tipos de machismo invisíveis para te ajudar a combatê-los no seu dia-a-dia: manterruptingbropriating, mansplaining e gaslighting. São comportamentos batizados em inglês sem tradução oficial. Mas também achamos imprescindível pensarmos em versões em português!

A palavra é uma junção de man (homem) e interrupting (e interrupção) Em tradução livre, manterrupting significa “homens que interrompem”. Este é um comportamento muito comum em reuniões e palestras mistas, quando uma mulher não consegue concluir sua frase porque é constantemente interrompida pelos homens ao redor.

Em março, um caso típico ganhou a internet: em um painel do SXSW 2015, evento de inovação, música e cinema que acontece todos os anos em Austin, Texas, uma mulher brilhante discutia a baixa presença feminina na tecnologia ao lado de dois homens, igualmente inteligentes. Eram eles o chairman do Google, Eric Schmidt, o jornalista e biógrafo do Steve Jobs, Walter Isaacson, e a Chefe de Tecnologia do governo americano (Pentágono), Megan Smith. E, apesar de o papo ser sobre ampliar as possibilidades para as mulheres, os homens da mesa não estavam dispostos a ceder espaço a ela. Cada vez que Megan Smith tentava fazer uma colocação, era interrompida de forma desnecessária por um dos dois homens:

  • “Sim, Senhora Smith, sei que você pode falar sobre isso melhor que ninguém, mas é que…”
  • “Acho que esta pergunta (da plateia) tem bastante a ver com a área da Senhira Smith, mas eu só queria falar que…”
  • (falando por cima dela) “Sim, Senhora Smith, mas o que vale a pena ser dito é que…”

 Vídeo aqui.

Esta postura clássica de manterrupting foi tão impactante que uma pessoa na plateia perguntou porque eles não deixavam Megan falar. O público, que estava incomodado, aplaudiu de pé. 

O termo é uma junção de bro (curto para brother, irmão, mano) e appropriating (apropriação) e se refere a quando um homem se apropria da ideia de uma mulher e leva o crédito por ela em reuniões. Quando colocamos uma ideia, muitas vezes não somos ouvidas. E então, um homem assume a palavra, repete exatamente o que você disse e é aplaudido por isso. Quem já não se viu nesta situação?
Em seu livro “Faça Acontecer”, Sheryl Sandberg, Diretora de Operações do Facebook, convida as mulheres a sentarem à mesa. A serem conscientes de seus lugares e de sua importância na sala de reuniões. Ela explica que somos criadas como delicadas, suaves e gentis, jamais como enfáticas ou assertivas. E quando nos impomos somos vistas como masculinizadas. Não há dúvidas de que isso atrapalha nossa vida profissional.
O termo é uma junção de man (homem) e explaining (explicar). É quando um homem dedica seu tempo para explicar a uma mulher como o mundo é redondo, o céu é azul, e 2+2=4. E fala didaticamente como se ela não fosse capaz de compreender, afinal é mulher. Mas o mansplaining também pode servir para um cara explicar como você está errada a respeito de algo sobre o qual você de fato está certa, ou apresentar ‘fatos’ variados e incorretos sobre algo que você conhece muito melhor que ele, só para demonstrar conhecimento. Acontece muito em conversa sobre feminismo!
A verdadeira intenção do mansplaining é desmerecer o conhecimento de uma mulher. É tirar dela a confiança, autoridade e o respeito sobre o que ela está falando. É tratá-la como inferior e menos capaz intelectualmente. Talvez você não tenha percebido isso de forma tão explícita no seu cotidiano, mas com certeza agora irá prestar atenção na maneira como seu chefe ou seu marido falam com você, com os elogios desnecessários ou idiotas que você recebe, nas mensagens bobas de parabéns pelo dia das mulheres. Tá tudo lotado de mansplaining.
Gaslighting é a violência emocional por meio de manipulação psicológica, que leva a mulher e todos ao seu redor acharem que ela enlouqueceu ou que é incapaz. É uma forma de fazer a mulher duvidar de seu senso de realidade, de suas próprias memórias, percepção, raciocínio e sanidade. Este comportamento afeta homens e mulheres, porém somos vítimas culturalmente mais fáceis. No dia a dia, aposto que vocês já ouviram alguma vez – ou várias:

  • “Você está exagerando”
  • “Nossa, você é sensível demais”
  • “Para de surtar”
  • “Você está delirando”
  • “Cadê seu senso de humor?”
  • “Não aceita nem uma brincadeira?”
  • E o mais clássico: “você está louca”. 
Um caso recente, ocorrido dentro da marinha americana, foi noticiado pela imprensa: cinco mulheres afirmaram ter sido vítimas de estupro dentro da corporação. Poucos meses depois, todas foram afastadas por problemas emocionais. Outras mulheres relatam casos dentro da instituição. Após denunciar as agressões, ouviram de volta:
  • “Não venha me aborrecer só porque fez sexo e se arrependeu.”
  • “Isso nunca aconteceu. Agora pode ir embora.”
Isso é gaslighting. Uma forma de manipulação que desencadeia um total esvaziamento da autonomia da vítima. Uma ferramenta presente em muitos relacionamentos, que levam as mulheres a abrir mão de suas escolhas, de suas opiniões e até de cuidar da sua própria vida. É desempoderamento, opressão e controle. Algo que não deve ser admitido em nenhuma situação.