sábado, 27 de abril de 2013

Eu me basto


  
 
 Mania das pessoas acharem que sabem mais sobre a minha felicidade do que eu mesma. Por que eu tenho que ter alguém para estar bem? Lógico, não quero viver a vida inteira sozinha, mas poxa, eu estou tão numa boa comigo e com as minhas coisas, minha casa, meus pensamentos e meus livros. Às vezes até sinto falta de alguém, mas de uma pessoa que ainda não conheci.
  Gosto da minha rotina, de fazer café pra mim mesma, lavar a louça e arrumar a sala quando bem entender. Amo brincar com meus cachorros, sair sem hora pra voltar, ser dona do meu tempo e dos meus lençóis. Comandar meu destino até onde eu posso e cometer as loucuras que a minha juventude permite. Sou irresponsável dentro dos meus limites e eu faço minhas próprias regras.
  Não é preciso solidão para viver sozinha. Não me venham com essa de pessoas vazias e que todos querem alguém legal e blá, blá, blá. Eu quero me divertir mesmo, aproveitar todos os caras que eu quiser e saboreá-los ao meu bel prazer. Pode até ser que eu encontre uma pessoa para sossegar, mas, primeiro, preciso de amores errantes, para depois valorizar um sentimento verdadeiro. É bom praticar o desapego antes de uma louca paixão. Nos ensina a arte da sobrevivência emocional.
  Sou feliz como sou, me arrependo do que faço, mas nunca do que deixo de fazer. Arrisco, choro, me entrego e amo, mesmo que por algumas horas. Enfrento uma aventura diária chamada viver. Amo a mim mesma – principalmente - e, desta forma, posso me libertar para sentir o que os caminhos do destino podem me proporcionar. Os trens, elevadores, corredores dos prédios e as filas de banco sempre me surpreendem.
  Não espero nada do cotidiano, a não ser a intensidade de cada minuto. Não preciso de você, não preciso de ninguém, só preciso de mim, das minhas amigas para rir e dos meus cafajestes que, volta e meia, me fazem chorar. Ah, isso que é vida... Sei que meu estilo incomoda, mas não estou aqui para agradar e sim para respeitar o meu corpo. Ele pede e eu obedeço. Eu me basto.

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