segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Cartas


Oi meu amor, tudo bem? Pois é, uma vez me questionou por que eu não escrevia cartas de amor à você. A resposta foi algo do tipo “isso é coisa de menina boba apaixonada” ou “o que, eu e carta de amor? Não, não sou como suas ex que te enchiam disso”. A verdade é que o motivo, a opção em não se colocar nesta objetiva de completa exposição é resumida em uma unica palavra: medo.
Eu já escrevi cartas carregadas de amor porque era o que eu sentia, ao menos achava que sentia. Infelizmente com o tempo isto escapa pelos nossos dedos como água que nem sentimos, quando percebo não havia mais nada lá e todas aquelas palavras não expressavam nada de valor, alem de palavras e mais palavras.
Minhas mãos ficam geladas só de eternizar isto que eu sinto agora e em algum momento onde predomine a nossa teimosia e talvez o egoismo, todo o sentido se perca. Olhar para trás e ver cartas seria como reviver um fracasso. Não quero passar pelo momento em que todas as mulheres um dia já passaram: ler as cartas enviados a aqueles que detinham nossos sentimentos e sentir o vazio das linhas. Reler cada letra que foi passada ao papel com tanto fervor e paixão e não arrepiar um sequer do corpo.
Cartas de amor são lindas e cruéis. Eu prefiro supervalorizar sua crueldade sentimental e me manter afastadas delas e de qualquer vulcão emocional. Eu prefiro recados pequenos. Eu prefiro lembretes. Eu prefiro que escreva frases nos meu livros. Essas coisas desconexas fazem mais sentido pra mim.
Uma frase boba em algum canto, um papel pequeno e menos chamativo é aonde ira encontrar minhas demonstrações, e elas terão mais valor do que um papel com vinte e tantas linhas de descrição amorosa. Acredite. Talvez me falte as palavras, mas jamais sentimentos.
V.S.R.

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