quinta-feira, 5 de maio de 2011

“Dar não é fazer amor”



Dar não é fazer amor. Dar é dar.
Fazer amor é lindo, é sublime, é encantador, é esplêndido. Mas dar é bom pra cacete!
Dar é aquela coisa que alguém te puxa os cabelos da nuca. Te chama de nomes que eu não escreveria... Não te vira com delicadeza. Não sente vergonha de ritmos animais. Dar é bom.
Melhor do que dar, só dar por dar. Dar sem querer casar... Sem querer apresentar pra mãe... Sem querer dar o primeiro abraço no Ano Novo. Dar porque o cara te esquenta a coluna vertebral... Te amolece o gingado... Te molha o instinto.
Dar porque a vida é estressante e dar relaxa. Dar porque se você não der para ele hoje, vai dar amanhã, ou depois de amanhã.
Tem pessoas que você vai acabar dando, não tem jeito. Dar sem esperar ouvir promessas, sem esperar ouvir carinhos, sem esperar ouvir futuro.
Dar é bom, na hora. Durante um mês. Para os mais desavisados, talvez anos.
Mas dar é dar demais e ficar vazio.
Dar é não ganhar. É não ganhar um eu te amo baixinho perdido no meio do escuro. É não ganhar uma mão no ombro quando o caos da cidade parece querer te abduzir. É não ter alguém pra querer casar, para apresentar pra mãe, pra dar o primeiro abraço de Ano Novo e pra falar:    "Que que “cê” acha amor?".
É não ter companhia garantida para viajar. É não ter para quem ligar quando recebe uma boa notícia. Dar é não querer dormir encaixadinho... É não ter alguém para ouvir seus dengos...
Mas dar é inevitável, dê mesmo, dê sempre, dê muito.
Mas dê mais ainda, muito mais do que qualquer coisa, uma chance ao amor. Esse sim é o maior tesão. Esse sim relaxa, cura o mau humor, ameniza todas as crises e faz você flutuar.
Experimente ser amado.

Luis Fernando Veríssimo


Recebi este Poema via email. Dispensa comentários mas, me deu um certo incomodo o quão é direto e sem rodeios. É assim que as coisas acontecem e pior que isso, é como fugimos delas.
"Não é outrem que nos engana, somos nós mesmos que nos boicotamos"












E por ultimo, um poema que li no  

Mar Íntimo, de Priscila Rôde. Pacere quer tudo que li hoje de alguma forma era pra mim, eu eiin.

E não finjo não ligar, não lembrar.
Apenas não ligo e não lembro
sem fazer doer tanto,
sem deixar no estômago
um amontoado de ontes.



Um comentário:

Priscila Rôde disse...

Oi Querida, bom que se identificou! Fico contente! rs

Um beijo.