Parece que perdeu-se o sentido da palavra "respeito" neste
emaranhado de conexões diárias que realizamos. São tantos meios de comunicação
facilitados que até a deslealdade foi junto, igual criança birrenta que puxou
tanto a barra da saia da mãe que ganhou o aval de "VAI, FODE TUDO DE UMA VEZ". São
tantos casos de traição, filha da putagem, desrespeito e tantos outros que dá
vontade de ir para o cantinho e chorar. Desisto da interação humana.
Ontem assisti 50 tons de cinza e digo, odiei. Odiei ele
aparecer do nada nos lugares, de controlar ela, querer a eterna submissão ao
ponto de pedir permissão se pode ir na casa da mãe (oi?) e jogar na cara dura “quero
te foder no meio da semana que vem”. WTF! Odiei tanto que no fim do filme
soltei um “bem feito” pra ele quando ela vai embora.
Não passa de um filme e o próximo, do qual já até possuí
data para começar as gravações, vai continuar retratando esta relação conturbada
e nem um pouco saudável. O que de certa forma já me deixa broxada porque eu
sei exatamente o que vai acontecer: ele vai correr atrás, ela não vai querer mais,
ele corre mais um pouquinho, ela amolece, eles voltam e ele volta a ser o fdp. Continuemos
com este pensamento “é só um filme” mas pasmem se quiserem, homens e mulheres
manipuladores como o Sir. Grey tem a rodo por aí. Isso se chama relacionamento abusivo.
A semana começou de forma espetacular e conforme os dias
foram passando, este espetacular foi virando em estresse irremediável. Senti
vontade de levantar e ir embora sem olhar para trás e de fato o fiz. Infelizmente
o ir embora limitava-se em “ir pra casa”. Não é grande coisa mas era o
suficiente para cessar o ódio que começava a dominar.
Então você quer paz, tranquilidade, um abraço amigo, um
ombro apaixonado e por último de uma lista interminável de coisas que você quer
na noite de remediar o seu dia de cão é: a transferência de obrigação. Eu devo ter
cara de “joguem seus problemas no meu colo que resolvo tudo”. Cá entre nós, estou
pelas tampas de problemas, questões tão irritantes que começo a sentir meu corpo
esquentar só de escrever sobre eles então, não, obrigada, não vou ir atrás de
ninguém para perguntar o que acha de fazer um arroz com frango ou um banquete
fenomenal no sábado à noite.
É, não estou muito interessada em correr atrás. |
O ponto final se encontra ao ponto de partida, respeito. Esta
faltando e eu estou sentido muito esta ausência. O respeito com relação ao
espaço do outro, aos ombros que já estão cansados e que no mínimo o outro
deveria respeitar isso e evitar colocar mais um saco inútil para pesar mais. O
respeito de que ninguém tem que correr atrás de nada por você. De saber que
namoro não significa namorada = mãe faz tudo. De que talvez o seu problema será
facilmente solucionado se você tomar partido da coisa em vez de ficar cobrando
outra pessoa que sinceramente, esta pouco se fudendo para ele.
Um pouco de desprezo economiza bastante ódio.
Vou tentar.
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