Hoje venho escrever sobre um assunto que não gostaria, é inquietante e
triste. Quando vejo noticias assim mentalizo que todas as coisas ruins que
podem acontecer conosco poderiam ser transportadas para uma sociedade paralela,
fechada a sete chaves. Uma caixa de pandora com toda a crueldade do mundo e
esta caixa guardaria todo o mal antes que ele pudesse concretizar-se.
Eu não conhecia a moça e a vi uma ou duas vezes em alguma foto de uma
amiga que temos em comum na maior rede social do mundo, o facebook. Mesmo
assim, sem nenhum tipo de contato físico ou cibernético que trouxesse
proximidade entre nós, a notícia de seu desaparecimento foi algo triste de ler.
Por dia, lia em média no mínimo duas ou três vezes alguma notícia na minha timeline devido ao compartilhamento
desesperado de amigos e colegas com o intuito de que alguém a pudesse
reconhecer e fornecer qualquer informação que levasse ao seu paradeiro.
Tatiane Jezualdo sumiu assim, do nada. Cinco minutos antes estava em
casa, cinco minutos depois deveria estar no ponto de ônibus para pegar a van ao
trabalho (do qual não se encontrava mais quando o transporte passou). Algo acontecerá neste meio tempo de cinco minutos que causou o seu
desaparecimento. Com a informação de uma senhora que a viu entrando em um carro
(escuro e bom segundo seu relato), não sabia se foi ameaçada ou entrado por
livre espontânea vontade.
O mal da época em que vivemos hoje é a crueldade livre, espontânea e
gratuita a quem quer que seja. Pessoas matam desconhecidos pelo simples tédio
de não estarem fazendo nada, pessoas traficam seres humanos por dinheiro e
pessoas estupram e torturam sem nenhum motivo aparente e mesmo que houvesse algum motivo, nada justificaria. Pelo contrário,
nunca será justificável nenhuma ação ruim contra o próximo.
E o pior de tudo é que o ato contra a nossa vida pode vir de qualquer
um. Do seu vizinho, irmão, pai, mãe, namorado, marido, conhecido, colega de
faculdade, de trabalho, tio, tia... Infinitas possibilidades até chegar a um
completo estranho que passa na rua. O que nos choca (ainda mais do que o
próprio ato) é quando este é concebido por alguém do nosso circulo. Este parece
que dói mais porque o mal estava lá, o tempo todo, convivendo conosco.
Esta manha ao pesquisar novas informações sobre seu paradeiro e no fundo
torcendo para que fosse alguma crise existencial dos vinte e poucos anos e que
a qualquer momento retornaria para casa; a primeira a ser destacada é de que sua morte foi confirmada (pela investigação e confissão do próprio causador). O autor é um colega de trabalho e o seu corpo, até o momento, ainda não foi localizado.
Eu e tantos outros desconhecidos estávamos torcendo em silêncio para que
o desfecho fosse feliz... Meus profundos pêsames aos familiares e amigos.
Obs:
Em 17 de dezembro de 2009, foi sancionada a Lei nº 12.127/2009 que cria
o Cadastro Nacional de Crianças e Adolescentes Desaparecidos,
resultante de uma ampla discussão nacional somada aos trabalhos de investigação
da CPI de Crianças e Adolescente Desaparecidos.
Em fevereiro de 2010 a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da
República – SDH/PR em parceria com o Ministério da Justiça - MJ e com o apoio
da Rede Nacional de Identificação e Localização de Crianças e Adolescentes
Desaparecidas - ReDESAP, desenvolveram o Cadastro Nacional de Crianças e
Adolescentes Desaparecidas.
Fonte Desaparecidos
De acordo
com o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP),
em média, 57 pessoas desaparecem por dia no estado de São Paulo.
Cerca de 80% voltam para casa por iniciativa própria, mas há uma parcela cujo
paradeiro se torna um mistério para amigos e familiares por anos a fio.
Segundo a
Secretaria de Direitos Humanos da Presidência, o perfil da maioria de crianças
e adolescentes desaparecidos é o mesmo das que são exploradas sexualmente:
entre 12 e 17 anos de ambos os sexos. Segundo a Organização das Nações Unidas
(ONU), 80% das 2,5 milhões de pessoas vítimas de tráfico humano no mundo foram
cooptadas para fins de exploração sexual. Fonte Veja
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