Sinto minha respiração lenta, inspiro o máximo que posso como
se isso aliviasse qualquer sensação ruim que abraça o meu peito. Sinto como se
houvesse uma grande mão agarrando meu coração, apertando-o, impedindo de bater
no seu fluxo normal.
Sabe o que eu queria mesmo, agora? Chegar em casa sem ninguém
esperar nada de mim, só assim sentiria esta mão afrouxar seus dedos do meu
peito. Nada de questionamento ou pedidos de atenção. Não quero conversar, quero
um cigarro e um vinho.
Quero tomar um banho quente, sentir a água relaxando meus
ombros levando embora qualquer vestígio de dia ruim. Sentar em uma cadeira confortável
e tragar um black enquanto balanço uma taça freneticamente como se vinho
precisasse ser misturado com algo invisível.
Talvez eu deixe um livro do meu lado mas no fundo eu sei que
não o lerei, só para caso surja aquela vontade sem muita explicação. Enquanto
isso deixo-o ali, as minhas vistas só para me sentir culpada de não estar
fazendo nada a não ser embriagar-me.
Eu sei que não gosta de me ver fumar, mas pare, preciso viver
segundos sem planos, sem planos de sair correndo para o trabalho, ou para o curso,
ou algum evento social, ou qualquer outro compromisso que toma todo meu tempo,
tempo ocupado que chamamos de vida sendo que isso não é a vida. É a tarefa do
que seria uma vida.
Uma bike, um vinho, um black, vento gelado e um percurso não
pré determinado. Não me espere para o jantar..
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