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domingo, 9 de novembro de 2014

O coração quer o que ele quer





Sinto minha respiração lenta, inspiro o máximo que posso como se isso aliviasse qualquer sensação ruim que abraça o meu peito. Sinto como se houvesse uma grande mão agarrando meu coração, apertando-o, impedindo de bater no seu fluxo normal.

Sabe o que eu queria mesmo, agora? Chegar em casa sem ninguém esperar nada de mim, só assim sentiria esta mão afrouxar seus dedos do meu peito. Nada de questionamento ou pedidos de atenção. Não quero conversar, quero um cigarro e um vinho.

Quero tomar um banho quente, sentir a água relaxando meus ombros levando embora qualquer vestígio de dia ruim. Sentar em uma cadeira confortável e tragar um black enquanto balanço uma taça freneticamente como se vinho precisasse ser misturado com algo invisível.

Talvez eu deixe um livro do meu lado mas no fundo eu sei que não o lerei, só para caso surja aquela vontade sem muita explicação. Enquanto isso deixo-o ali, as minhas vistas só para me sentir culpada de não estar fazendo nada a não ser embriagar-me.

Eu sei que não gosta de me ver fumar, mas pare, preciso viver segundos sem planos, sem planos de sair correndo para o trabalho, ou para o curso, ou algum evento social, ou qualquer outro compromisso que toma todo meu tempo, tempo ocupado que chamamos de vida sendo que isso não é a vida. É a tarefa do que seria uma vida.

Uma bike, um vinho, um black, vento gelado e um percurso não pré determinado. Não me espere para o jantar..

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